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Com uma nova onda de casos de transtorno de jogo (ou vício em apostas), conheça formas de buscar ajuda pelo tratamento adequado.

  • Foto do escritor: Eloisa Goronci
    Eloisa Goronci
  • 20 de mai.
  • 3 min de leitura
Em um mundo onde o dinheiro significa qualidade de vida e bem estar, o desejo de enriquecer é legítimo e compreensível. Mas, se esse desejo é válido, qual o problema das casas de apostas?

Os problemas são vários, mas talvez possamos começar discutindo que, das classes econômicas que mais apostam, são as classes D e E que mais contraem dívidas em função do transtorno do jogo. Ou seja, são as pessoas financeiramente mais vulneráveis que se prejudicam com isso. Esse movimento acontece porque muitas pessoas tendem a ver as apostas como "renda extra", algo inofensivo e que pode até ajudar, o que não se mostra verdadeiro. Pesquisas da Serasa apontam que quase metade dos endividados já apostaram para tentar pagar as contas. Ou seja, em muitos casos, as pessoas acabam buscando o jogo como um recurso de necessidade, não como entretenimento. Até por isso, não podemos olhar com julgamento para quem caiu no vício em apostas: não sabemos o que as levou a esse ponto, mas acredito que, se soubessem as consequências, teriam evitado.

As casas de aposta têm um apelo muito diferente das antigas lotéricas: a aposta é feita de forma mais cômoda e prática, na palma das mãos, via internet, de forma instantânea. Além disso, os resultados não demoram uma semana para serem divulgados, mas são imediatos, o que permite que vários jogos ocorram ao longo do dia, aumentando sua frequência. Dessa forma, percebemos um poder de dependência muito mais intenso nas "bets" em relação às lotéricas.

Além disso, outro aspecto a ser observado é o apelo lúdico da estética desses aplicativos, que usam elementos infantis, coloridos e chamativos para seduzir públicos jovens e ingênuos, por isso temos ouvido tanto falar de casos de adolescentes e até crianças com transtorno do jogo. Esses elementos podem associar o ato de apostar a entretenimento e lazer. Por exemplo, ao organizar despesas pessoais, muitos classificam gastos com apostas como "lazer".

Por todas essas questões, o vício em jogos de apostas é um problema de saúde além financeiro, mesmo que seja comum ver pessoas perderem bens materiais e patrimônio devido a dívidas, mas os adoecimentos mentais são mais "invisíveis" que outros problemas.

Entre as consequências psicológicas, destacam-se culpa, raiva e constrangimento como os principais sintomas. Aqui a psicoterapia pode ajudar não apenas na lida com esses sentimentos, mas também na busca por uma maior organização.

Muitos brasileiros têm usado esses aplicativos como fonte de "alívio" para ansiedade, o que só piora o ciclo: a culpa leva a novas apostas na esperança de recuperar perdas passadas, gerando um endividamento ainda maior. Em muitos casos, o constrangimento e a vergonha pelo vício faz com que a pessoa minta ou omita sua situação real para familiares.

Estamos assistindo a uma tendência constante de crescimento de casos de transtorno do jogo, impulsionada pelo assédio midiático das propagandas de "bets" em redes sociais, TV e outros canais. Com a popularização dos cassinos online, há uma banalização desse hábito, o que amplia ainda mais os riscos.

Se você ou alguém próximo a ti está passando por isso, é fortemente aconselhável buscar ajuda psicológica o quanto antes for possível, já que quanto mais cedo o tratamento começar, maiores são as chances de uma recuperação tranquila.

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